sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

sobre as primeiras aproximações

Encontrámos o nada e é bem maior do que poderíamos ter imaginado 


Era uma vez um tempo que não conhecíamos. Nele a criança caminhava como se nada ainda tivesse sido tocado. E tudo era um longo tempo inominável pelo qual a criança caminhava como se nada ainda tivesse percorrido. Nesse tempo a criança colhia os bagos das uvas e provava o seu sumo, para logo largar um semblante, como se nada ainda tivesse sido saboreado. As cores eram só cores e na linha de cada forma se podia desenhar um sem número de caminhos que levavam a um novo território de sentidos, como se nada ainda se tivesse sentido. Nesse tempo a criança não se sabia criança e assim se olhava ao espelho como pela primeira vez. O tempo ainda não era tempo e o espaço era o nada e era bem maior do que alguma vez poderia ter imaginado.

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